Política

Estamos num período de estéreis e exclusivas preocupações políticas. Só se leem ― verdadeiramente ― os entrelinhados do Jornal, onde se desenha com a maior fidelidade, neste triste momento histórico, a fisionomia real da nossa gente. Ninguém lê, ninguém escreve, ninguém pensa.

Euclides da Cunha em carta a Oliveira Lima, Rio de Janeiro, 28 de junho de 1909

Descrição da natureza

Cada brasileiro que sabe ler, ai! de nós, somos tão poucos ainda, poderia repetir aquela invocação que o Goethe põe nos lábios do sábio remoçado, sempre que, finda a leitura, cerrasse certas páginas de Euclides. Não há, nem houve, e nunca haverá quiçá, quem descreva a natureza do Brasil de maneira tão formidável.

Edgard Roquette-Pinto, Conferência “Euclides da Cunha naturalista”, realizada em 15 de agosto de 1917 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e a 11 de abril de 1918 no Conservatório Dramático de São Paulo apud RANGEL, Alberto. et al. Por protesto e adoração: In memoriam de Euclides da Cunha. [Rio de Janeiro]: Grêmio Euclydes da Cunha, 1919. p. 61.