A nossa nacionalidade atravessa de há muito uma quadra em que o mais difícil problema consiste em harmonizar a vida ao dever.
Euclides da Cunha em crônica Sejamos francos, jornal Democracia, Rio de Janeiro, 18 mar. 1890.
Citações das Crônicas de Euclides da Cunha
A nossa nacionalidade atravessa de há muito uma quadra em que o mais difícil problema consiste em harmonizar a vida ao dever.
Euclides da Cunha em crônica Sejamos francos, jornal Democracia, Rio de Janeiro, 18 mar. 1890.
Sem nos filiarmos a escolas filosóficas — o que é um verdadeiro absurdo na mocidade, na quadra exuberante em que, para a formação imprescindível da consciência, nos voltamos indistintamente para todas as ideias, abrindo com igual interesse e igual curiosidade todos os livros, ouvindo com igual respeito todas as crenças e tributando igual veneração a todos os sábios — vamos definir o nosso modo de pensar…
Euclides da Cunha, Crônica, Instituto Politécnico, O Estado de S. Paulo, 24 maio 1892.
A nossa história patenteia o tristíssimo fato de uma sociedade, esmagando pela própria passividade, aos seus melhores filhos.
Euclides da Cunha, Crônica, Série Dia a Dia, O Estado de S. Paulo, 5 abr. 1892.
Nada realmente mais necessário do que o critério uniforme da filosofia pairando sobre todas as formas da atividade; somente ele as esclarece e orienta, imprimindo-lhes os mais elevados destinos.
Euclides da Cunha, Instituto Politécnico, I, O Estado de S. Paulo, 24 de maio de 1892.
Em nossa pátria, onde o partidarismo impera, é vulgar a aparição de políticos desiludidos, mumificados em vida, e acurvados ao peso de antigas crenças, derrocadas.
Euclides da Cunha, Crônicas, Série Homens de Hoje, originalmente publicada em Província de S. Paulo, 28 jun. 1889.
A justiça, porém, como tudo, é essencialmente relativa. Rodeiam-na as circunstâncias do momento e é impossível caracterizar-se qualquer de suas manifestações, sem a consideração preliminar das causas que a produziram.
Euclides da Cunha, Crônicas, série Dia a Dia, O Estado de S. Paulo, 24 abr. 1892.
A liberdade, a verdadeira liberdade, não é uma coisa que se decrete, que possa sair do espírito dos legisladores, como Minerva, armada e pronta à realização da sua ingente tarefa.
É como direito, um produto cultural das sociedades, e como tal evolve, seguindo a direção de um desenvolvimento superior da inteligência e dos sentimentos.
Euclides da Cunha, Crônicas, Série Dia a Dia, O Estado de S. Paulo, 3 abr. 1892.
O lema da nossa bandeira é uma síntese admirável do que há de mais elevado em política.
Euclides da Cunha, Crônicas, série Dia a Dia, O Estado de S. Paulo, 5 abr. 1892. O lema “Ordem e Progresso” foi inspirado na frase de Comte: O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim (Auguste Comte, Catecismo positivista).
Parece que à proporção que se expande o espírito humano as fronteiras recuam; como que estalam e se abrem não podendo no âmbito estrito abarcar-lhe a crescente magnitude.
Euclides da Cunha, Crônicas, série Dia a Dia, publicada n’ O Estado de S. Paulo, em 15 de maio de 1892.