A mulher torturada — é a Terra torturada.
Euclides da Cunha em carta a Alberto Rangel acerca do livro Inferno Verde: cenas e cenários do Amazonas, que ainda seria lançado em 1908. Rio de Janeiro, 10 dez. 1907.
Citações das cartas enviadas por Euclides da Cunha a seus familiares, amigos e conhecidos
A mulher torturada — é a Terra torturada.
Euclides da Cunha em carta a Alberto Rangel acerca do livro Inferno Verde: cenas e cenários do Amazonas, que ainda seria lançado em 1908. Rio de Janeiro, 10 dez. 1907.
E se como eu, pensas que somos desventurados numa farsa lastimavelmente triste; e julgar como eu julgo, que este país é organicamente inviável; e se, comigo chegaste — rigorosamente, como no final de um teorema — à conclusão desanimadora de que chamamos política a uma grande conspiração contra o caráter nacional — se tudo isto é exato, estamos ainda formados, juntos, na mesma linha avançada e superior dos céticos que ao menos não terão desapontamentos e desilusões.
Euclides da Cunha em carta a Francisco Escobar, 25 de dezembro de 1901.
Venci por mim só, sem reclames, sem patronos, sem a rua do Ouvidor e sem rodas.
Euclides da Cunha em carta ao pai, 25 fev. 1903. Foto: Marc Ferrez. Avenida Central na altura da Rua do Ouvidor, com rua Miguel Couto, Rio de Janeiro, c. 1906. Coleção Gilberto Ferrez, Acervo Instituto Moreira Salles.
Os Sertões são o único livro digno de tal nome, que se publicou no Brasil depois de 15 de novembro.
Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto, sobre Os Sertões, segundo testemunho de dr. Gusmão mencionado por Euclides da Cunha em carta ao pai, 25 fev. 1903.
Bem se vê que nesta vida, além dos nossos próprios erros, ainda carregamos os que nos inventam.
Euclides da Cunha em carta a José Veríssimo, 6 jan. 1908.
Então… eu não creio em Deus?! Quem te disse isto? Puseste-me na mesma roda dos singulares infelizes, que usam o ateísmo como usam de gravatas — por chic, e para se darem ares de sábios… Não.
Euclides da Cunha em carta a Coelho Neto, 22 nov. 1903.
É necessário que tenhamos a postura corretíssima dos fortes! Não é invadindo prisões que se castigam criminosos.
Euclides da Cunha em carta aberta ao redator da Gazeta de Notícias, 20 fev. 1894. Segundo Walnice Nogueira Galvão e Oswaldo Galotti, em Correspondência de Euclides da Cunha (São Paulo, EDUSP, 1997), “Euclides protesta contra a sugestão do senador Tomás Cordeiro de que se dinamitassem as cadeias onde estavam confinados os presos políticos da Revolta da Armada (1894)”. Foto: Alan Levine.
Quem definirá uma dia essa Maldade obscura e inconsciente das coisas que inspirou aos gregos a concepção indecisa da Fatalidade?
Euclides da Cunha em carta a Vicente de Carvalho, 10 fev. 1909.
Não sei de mais elevada política do que essa de aproximação dos espíritos na América Latina. No dia em que nos conhecermos bem e as nossas inteligências se entrelaçarem, não haverá surpresas políticas que nos precipitem na guerra.
Euclides da Cunha em carta a Agustín de Vedia, 3 out. 1908.
Tenho a crença largamente metafísica de que a nossa vida é sempre garantida por um ideal, uma aspiração superior a realizar-se.
Euclides da Cunha em carta a Alberto Rangel, Manaus, 20 de março de 1905.