Política

aspas

Estamos num período de estéreis e exclusivas preocupações políticas. Só se leem ― verdadeiramente ― os entrelinhados do Jornal, onde se desenha com a maior fidelidade, neste triste momento histórico, a fisionomia real da nossa gente. Ninguém lê, ninguém escreve, ninguém pensa.

Euclides da Cunha em carta a Oliveira Lima, Rio de Janeiro, 28 de junho de 1909

Mandão político

Reservatório de Sobradinho. Remanso, Bahia, dez. 2015.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ‘jagunço’, saqueador de cidades, sucedeu o ‘garimpeiro’, saqueador da terra. O mandão político substituiu o ‘capangueiro’ decaído.

Euclides da Cunha, Os Sertões, A Luta, Preliminares, I.

Brasil

Bandeira do Brasil

E se como eu, pensas que somos desventurados numa farsa lastimavelmente triste; e julgar como eu julgo, que este país é organicamente inviável; e se, comigo chegaste — rigorosamente, como no final de um teorema — à conclusão desanimadora de que chamamos política a uma grande conspiração contra o caráter nacional — se tudo isto é exato, estamos ainda formados, juntos, na mesma linha avançada e superior dos céticos que ao menos não terão desapontamentos e desilusões.

Euclides da Cunha em carta a Francisco Escobar, 25 de dezembro de 1901.