Algumas medições realizadas no Purus e em seus afluentes

[Quadro 3][ 1 ]

Paraná-pixuna (margem direita)

Profundidade na vazante: 5,50 m
Largura na vazante: –
Largura na enchente: –
Caracteres físicos: Água preta
Volume: –
Observações: Aflui perto de uma barreira onde se observa uma formação de grés ferruginoso (Pará Sandstein)

Jacaré (margem direita)

Profundidade na vazante: 5,50 m
Largura na vazante: 130
Largura na enchente: 219
Caracteres físicos: Água clara
Volume: –
Observações: Inexplorado em quase toda a extensão. Ali se erigia em 1864 a primeira maloca flutuante dos índios Pamaris.

Maguari (margem direita)

Profundidade na vazante: 1,50
Largura na vazante: 10,0
Largura na enchente: 25,25
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Antigo Purú-puru-canêra (ossos dos puru-Purus). Ai foram, outrora, trucidados os pamaris em um grande combate com os muras.

Cachimbo (margem esquerda)

Profundidade na vazante: 3,0
Largura na vazante: 15,20
Largura na enchente: 65,35
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Curacurá (de baixo) (m. d.)

Profundidade na vazante: 3,0
Largura na vazante: 33,30
Largura na enchente: 45,50
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Antigamente dizia-se Aracurá.

Mahã (margem esquerda)

Profundidade na vazante: 0,60
Largura na vazante: 3,0
Largura na enchente: 46,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Antigamente Humahan; boca de lago.

Tapauá (margem esquerda)

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: –
Largura na enchente: 425,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Biparte-se na foz, formando uma ilha com o caráter mui sensível de um delta.

Cunhuá (margem esquerda)

Profundidade na vazante: 0,0
Largura na vazante: Em seco
Largura na enchente: 120,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Pamafari (de cima) (m. esq.)

Profundidade na vazante: 0,80
Largura na vazante: 3,20
Largura na enchente: 28,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Ou Pamaharii, por onde seguiam outrora os pamaris para o Juruá.

Pamafari (de baixo) (m. esq.)

Profundidade na vazante: 1,60
Largura na vazante: 12,0
Largura na enchente: 60,25
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Curacurá (de cima) (m. d.)

Profundidade na vazante: 0,0
Largura na vazante: Seco
Largura na enchente: 56,20
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Caratiá (margem esquerda)

Profundidade na vazante: 4,30
Largura na vazante: 12,0
Largura na enchente: 47,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Perto está o sacado do mesmo nome aberto em 1900.

Mucuim (margem direita)

Profundidade na vazante: 3,68
Largura na vazante: 38,25
Largura na enchente: 60,30
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Anhafurrá

Profundidade na vazante: 3,0
Largura na vazante: 52,90
Largura na enchente: 105,80
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Antigamente Mafarrá.

Apitauã (boca de lago) (m. e.)

Profundidade na vazante: 3,20
Largura na vazante: 35,0
Largura na enchente: 56,80
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Em 1863 viam-se na sua foz as primeiras aldeias dos Jamamadis. Dizia-se Apituan.

Cainaã (margem esquerda)

Profundidade na vazante: 3,41
Largura na vazante: 41,0
Largura na enchente: –
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Figura-se ser antes a boca de um lago. Dizia-se outrora “Caynaham”.

Mufuá

Profundidade na vazante: 3,20
Largura na vazante: 20,0
Largura na enchente: 42,60
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Boca de lago. Antigo Mufauá.

Ituxi (margem direita)

Profundidade na vazante: 9,25
Largura na vazante: 154,80
Largura na enchente: 329,50
Caracteres físicos: Água preta
Volume: –
Observações: Devastado pelo impaludismo.

Amaciari (margem esquerda)

Profundidade na vazante: 0,20
Largura na vazante: 4,30
Largura na enchente: 28,56
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Boca do lago do mesmo nome. Outrora “Maciary”.

Jurucuá (de baixo)

Profundidade na vazante: 10,0
Largura na vazante: 140,25
Largura na enchente: 250,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Sacado em 1903. Outrora “Hyurucuá”.

Jurucuá (de cima)

Profundidade na vazante: 1,40
Largura na vazante: 120,0
Largura na enchente: 208,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Idem. Idem.

Marrahã (margem direita)

Profundidade na vazante: 10,40
Largura na vazante: 22,0
Largura na enchente: –
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Mamoriá (margem esquerda)

Profundidade na vazante: 8,40
Largura na vazante: 25,21
Largura na enchente: 46,80
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Sepatini (margem direita)

Profundidade na vazante: 9,40
Largura na vazante: 43,0
Largura na enchente: 68,35
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Jauari (margem direita)

Profundidade na vazante: 1,60
Largura na vazante: 15,0
Largura na enchente: 31,8
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Canacuá (margem direita)

Profundidade na vazante: 0,60
Largura na vazante: 6,60
Largura na enchente: 27,25
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Assimã (margem direita)

Profundidade na vazante: 1,80
Largura na vazante: 8,60
Largura na enchente: 26,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Seariã (margem esquerda)

Profundidade na vazante: 2,0
Largura na vazante: 9,0
Largura na enchente: –
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Boca de lago. Antiga maloca de Hypurinãs. Escrevia-se “Siariham”.

Tumiã (margem direita)

Profundidade na vazante: 2,50
Largura na vazante: 12,0
Largura na enchente: 24,40
Caracteres físicos: Água preta
Volume: –
Observações: Em 1863 ali havia seis malocas de ipurinãs.

Abunini (m. esq.)

Profundidade na vazante: 1,50
Largura na vazante: 8,0
Largura na enchente: 25,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Afuri (m. d.)

Profundidade na vazante: 1,30
Largura na vazante: 6,40
Largura na enchente: 25,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Pedras que aparecem logo adiante, fronteiras a uma barreira.

Mamoriá (m. esq.)

Profundidade na vazante: 3,80
Largura na vazante: 40,0
Largura na enchente: 60,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Tem varadouro para o Tapauá.

Seruini (m. d.)

Profundidade na vazante: 3,0
Largura na vazante: 14,0
Largura na enchente: 26,75
Caracteres físicos: Água preta
Volume: –
Observações:

Inari (m. esq.)

Profundidade na vazante: 1,40
Largura na vazante: 13,0
Largura na enchente:  26,30
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações: Boca de lago. Escrevia-se dantes “Hynahary”.

Pauini (m. esq.)

Profundidade na vazante: 3,0
Largura na vazante: 70,0
Largura na enchente: 126,0
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Peneri (m. d.)

Profundidade na vazante: 1,40
Largura na vazante: 9,80
Largura na enchente: 21,50
Caracteres físicos: –
Volume: –
Observações:

Teuini (m. esq.)

Profundidade na vazante: 3,40
Largura na vazante: 32,30
Largura na enchente: 50,40
Caracteres físicos: Água preta
Volume: –
Observações: Antigo Seuini. Em 1863 povoado de Ipurinãs e Jamamadis nas cabeceiras.

Inauini (m. esq.)

Profundidade na vazante: 4,20
Largura na vazante: 55,50
Largura na enchente: 69,0
Caracteres físicos: Idem
Volume: –
Observações:

Acre (m. d.)

Profundidade na vazante: 5,95
Largura na vazante: 77,0
Largura na enchente: 158,75
Caracteres físicos: Água amarelada. Temperatura = 24,5°C
Volume: 694m³, 278 por segundo. Nível médio. Medição em 3 de maio de 1905.
Observações: Temperatura do Purus antes do Acre 26,1 °C. Idem depois do Acre 25,80 °C.

Iaco ou Iacu (m. d.)

Profundidade na vazante: 3,68
Largura na vazante: 76,14
Largura na enchente: 102,0
Caracteres físicos: Temperatura = 27,2 °C
Volume: 169,086m³
Observações: Chandless dá-lhe a temperatura de 25,4°C (1865). Muito represado pelo Purus. Velocidade absoluta = 0,35m, sendo a do Purus, ali de 1,67m. Nas grandes cheias dizem que comunica com o Acre por um furo.

Macapá (m. esq.)

Profundidade na vazante: 2,60
Largura na vazante: –
Largura na enchente: 27,80
Caracteres físicos: Água clara
Volume: –
Observações:

Chandless (antigo Aracá) (m. d.)

Profundidade na vazante: 2,50
Largura na vazante: 75,0
Largura na enchente: 93,0
Caracteres físicos: Temperatura = 28,25°. Cor parda avermelhada.
Volume: 11,020m³ na vazante
Observações: Muito represado. Velocidade absoluta 0,146m. Nas cheias, porém, faz refluir, às vezes, o Purus.

Furo do Juruá (ou furo Tarauacá) (m. esq.)

Profundidade na vazante: 0,50
Largura na vazante: 9,0
Largura na enchente: 51,0
Caracteres físicos: Água parda
Volume: –
Observações: De suas cabeceiras vara-se para o Jurupari, afluente do Tarauacá. Ali encontrou Manoel Urbano os primeiros índios Maneteneris.

Santa Rosa (Curinaha) (m. esq.)

Profundidade na vazante: 2,20
Largura na vazante: 43,0
Largura na enchente: –
Caracteres físicos: Cor parda esverdeada.
Volume: 0,797m³ na vazante.
Observações: Cabeceira habitada por índios Coronauas, bravios. Varadouro para o Curanja e o Juruá.

Chambuiaco (m. d.)

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: 9,76
Largura na enchente: 19,17
Caracteres físicos: Branca
Volume: 0,123m³ na vazante
Observações: Muito remansado na vazante. Corrente insensível.

Curanja (Curumaá) (m. esq.)

Profundidade na vazante: 0,60
Largura na vazante: 64,0
Largura na enchente: 91,0
Caracteres físicos: Água pardacenta
Volume: 9,116m³
Observações: Vara-se para o Juruá pelo Envira e pelo Santa Rosa.

Independência (m. d.)

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: –
Largura na enchente: 18,0
Caracteres físicos: Cor branca
Volume: –
Observações:

Santa Cruz (m. d.)

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: –
Largura na enchente: 22,0
Caracteres físicos: Cor branca
Volume: 0,663m³ na vazante
Observações: Vara-se para as cabeceiras do Chandless, com a travessia de seis horas por terra.

Cocama (m. d.)

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: 16,80
Largura na enchente: 32,20
Caracteres físicos: Cor branca
Volume:  –
Observações:

Maniche (m. esq.)

Profundidade na vazante: 0,45
Largura na vazante: 18,0
Largura na enchente: 33,60
Caracteres físicos: Cor branca
Volume: 3,120m³ na vazante
Observações:

Chambuiaco (Apitirijá) (m. d.)

Profundidade na vazante: 0,50
Largura na vazante: 26,20
Largura na enchente: 68,0
Caracteres físicos: Cor branca
Volume: 1,318m³ na vazante
Observações: É o Manoel Urbano, de Chandless.

Tingoleale (m. d.)

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: –
Largura na enchente: 13,34
Caracteres físicos: Cor branca
Volume:  –
Observações: Junto do povoado de índios “Campas” do mesmo nome.

Ronsocoiaco (Rio dos Patos) (m. d.)

Profundidade na vazante: 0,32
Largura na vazante: 10,0
Largura na enchente: 32,50
Caracteres físicos: Temperat. 26°. Cor clara.
Volume: 0,564m³
Observações: É o rio dos Patos, de Chandless.

Curiúja

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: 40,0
Largura na enchente: 75,0
Caracteres físicos: Temperat. 26°. Cor clara.
Volume: 7,8161m³
Observações: Vara-se para o Inuia, Urubamba e Ucaiale.

Cujar

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: 41,0
Largura na enchente: 50,0
Caracteres físicos: Temperat. 26°. Cor clara.
Volume: 8,522m³
Observações: 73 cachoeiras e corredeiras. Vara-se pelo Pucani, o mais meridional dos galhos do Purus, para o Sepaua, Urubamba e Ucaiale.

Cavaljani

Profundidade na vazante: –
Largura na vazante: 12,0
Largura na enchente: –
Caracteres físicos: Temperat. 26°. Cor clara.
Volume: 0,963m³
Observações: Neste no Cujar e no Curiúja houve pequenos repiquetes aumentando o volume.

[ 1 ] Tabela horizontal e vertical em folha dobrada, adaptada em formato de listas para leitura em telas. Visualize e/ou manipule planilha completa de acordo com o original (formato .ods). Arquivo abre em editores de planilhas. N. do E.
Como citar
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Relatório da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus. Anexos. [Quadro 3] Algumas medições realizadas no Purus e em seus afluentes. In: EUCLIDESITE. Notas de Oswaldo Galotti e Juan C. P. de Andrade, org. Juan C. P. de Andrade. Obras de Euclides da Cunha. São Paulo, 2024. Disponível em: https://euclidesite.com.br/obras-de-euclides/relatorio-da-comissao-mista-brasileiro-peruana-de-reconhecimento-do-alto-purus/ Acesso em: [data]. Reprod. BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Relatório da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus: notas complementares do comissário brasileiro (1904-1905). Texto e pesquisa de Euclides da Cunha, pesquisa, rev. e trad. espanhol de Pedro Alejandro Buenaño. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1906. 7, 88, 76 pp., 2 fls. de lâminas dobradas, 2 mapas dobrados. 25 cm. Exemplar da coleção Dr. Oswaldo Galotti, Acervo Casa de Cultura Euclides da Cunha, São José do Rio Pardo, São Paulo. Ortografia atualizada.