Telegramas

Telegramas

Bahia, 7 de agosto (12h30m)

Chegamos bem. Fomos recebidos pelo Governador e pelo funcionalismo civil e militar.

Observo que nesta cidade há muito menos curiosidade sobre os negócios de Canudos do que aí e no Rio de Janeiro.

Bahia, 7 de agosto

O 1º batalhão da polícia de S. Paulo desembarcou hoje.

A correção e o garbo da força paulista despertaram entusiasmo geral.

Bahia, 7 de agosto

Visitei no quartel de Palma o coronel Carlos Teles, que foi ferido na clavícula direita, sem gravidade.

Visitei também o bravo militar Savaget que me afirmou não existirem em Canudos mais de duzentos homens nos redutos conselheiristas.

O general Savaget disse-me que a vitória é próxima e segura.

Bahia, agosto 8 (11h10m)

O marechal Machado Bitteconcourt, ministro da Guerra, só seguirá para o sertão, depois de providenciar o equipamento e organização das forças e aguardará a chegada dos batalhões do Sul e do Norte.

S. exª já está providenciando para estabelecer comboios de víveres e correspondência entre Queimadas, Monte Santo e Canudos, criando assim uma linha de operações indispensável.

Todas estas medidas são tomadas com urgência e ordem.

O 1º batalhão da força pública desse Estado está aquartelado no Forte de São Pedro, bem acomodado e bem disposto.

O governador Dr. Luís Viana visita neste momento o general Savaget, no Forte de Jequitaia.

Embora conste a existência de poucos jagunços em Canudos, acredita-se que outros estejam emboscados nas imediações.

A vitória, porém, é infalível e próxima.

Viva a República!

Bahia, 8 de agosto

Os feridos vindos de Canudos, oficiais e praças, foram recolhidos aos hospitais de Santa Isabel e S. Joaquim, onde estão rodeados de todos os cuidados.

Todos têm-se portado com resignação verdadeiramente heróica.

— Um dos oficiais vindos de Canudos possui cartas e documentos importantes encontrados em uma casa do arraial.

Idênticos documentos existem em poder do general Artur Oscar.

— Citam-se aqui inúmeros episódios interessantes decorridos durante a luta.

No combate de 18 de julho, as tropas legais bateram-se desde as quatro horas da madrugada às oito da noite, sem beberem uma gota de água!

— São precipitadas quaisquer apreciações sobre os erros atribuídos ao general Artur Oscar, assim como os comentários que sobre as operações têm sido feitos.

As opiniões sobre este assunto são muito divergentes.

— Realiza-se agora o espetáculo promovido pelo comitê patriótico, em favor das vítimas de Canudos.

Bahia, 9 de agosto

Os oficiais feridos nos últimos combates relatam erros de tática de ordem tão grave que só devem ser expostos depois de investigações ulteriores e sérias.

Hoje chegaram os batalhões 37º e 39º de infantaria, que perfazem um efetivo de cerca de seiscentos homens.

O marechal Machado Bittencourt tem sido incansável em tomar providências, porque as tropas chegam sempre sem cantis e necessitam de todos os confortos.

O trabalho tem sido penoso.

Os oficiais e praças convalescentes atravessaram as ruas cercados de respeito e simpatia gerais. Os batalhões que hoje chegaram devem partir de Queimadas no dia 11.

Bahia, 10 de agosto (7h)

Está chegando a Canudos a primeira turma de estudantes de medicina, que partiu do Monte santo no dia 6 do corrente.

O Marechal Machado Bittencourt autorizou o chefe do serviço sanitário a fazer a aquisição de todo o material preciso para as enfermarias dos feridos que têm chegado, atingindo já ao número de quinhentos.

Foi muito comovente a visita do General Savaget aos doentes. Estes pertencem quase todos à heroica coluna que dirigiu o ilustre General Savaget, o qual percorreu todas as enfermarias, animando e consolando os seus bravos companheiros. Os próprios soldados, que estavam a expirar, tentavam levantar entusiásticos viva à República! Desenhou-se um quadro sobre-humano. Projeta-se a criação de novas enfermarias. Têm sido praticadas com sucesso várias operações. O estado moral dos feridos é bom, e todos julgam-se felizes, pelo sacrifício que fazem pela República. A cidade, que até hoje estava quase indiferente, tem-se reanimado, e com ardor recebe os feridos que chegam atualmente.

Bahia, 11 de agosto (22h30m)

São esperados hoje, do interior, quatrocentos feridos.

O Marechal Bittencourt, ministro da Guerra, seguirá até o dia 15 para Queimadas.

Embarca amanhã para Queimadas o 29º batalhão de infantaria, com o efetivo de 240 praças e 27 oficiais.

Este batalhão trouxe 9 mil cartuchos.

Os batalhões 37º e 39º seguirão também logo depois que receberem munições.

— As notícias de Canudos dizem que a tropa sitiante está nas mesmas posições aguardando reforços.

A população baiana prodigaliza nobilíssima proteção aos soldados da República.

— Realizou-se ontem interessante aplicação radioscópica dos raios de Roentgen, para determinar a posição e as dimensões de uma bala Manulicher alojada no espaço intercostal esquerdo de um soldado.

O resultado foi magnífico.

— Criaram-se novas enfermarias na Escola de Medicina.

— A imprensa alia-se ao comitê patriótico baiano, angariando recursos para as famílias dos feridos.

— Seguiu hoje para Queimadas o morteiro Canet.

Bahia, 12 de agosto (15h30)

(Urgente)

Instalou-se uma nova enfermaria para os feridos de Canudos, no mosteiro de São Bento.

— Chegará amanhã o batalhão patriótico “Pais de Carvalho”, do Pará.

— Ao atravessar, em passeio, a cidade, o general Savaget foi espontaneamente saudado por multidão imensa.

— Seguem para o sertão com o ministro da Guerra, depois da vinda de todos os batalhões, cem praças de infantaria e vinte de cavalaria.

— No dia 17, depois da vinda de todos os batalhões, segue para o sertão o sr. ministro da Guerra acompanhado de cem praças de polícia e vinte de cavalaria.

— Chegou a Canudos a primeira turma de estudantes de medicina.

Bahia, 12 de agosto (20h20m)

(Urgente)

Carta de Canudos hoje recebida diz que os jagunços estão encurralados no arraial, sob forte bombardeio.

No dia 29 uma granada incendiou os depósitos de gênero, sofrendo os inimigos grandes prejuízos.

Pajeú foi morto por uma bala na barriga. Foi substituído por Vila-Nova.

As duas igrejas estão inteiramente inutilizadas, tendo caído um lado da igreja nova que servia de reduto a Antônio Conselheiro.

Em vista disto foi abandonada pelos jagunços que estão acoutados nas casas adjacentes.

Seguiu hoje para Queimadas o 37º Batalhão de infantaria.

Seguirá amanhã para a mesma localidade o 39º Batalhão de Infantaria.

É esperado amanhã cedo o batalhão patriótico paraense.

Acredita-se no próximo desenlace da luta.

Bahia, 14 de agosto (16h10)

A situação geral é a mesma, sem variantes.

Estão sendo tomadas as últimas providências.

O Marechal Bittencourt, ministro da Guerra, seguirá logo para o sertão.

Espera-se a todo o momento o batalhão paraense.

Seguiu hoje para Queimadas o 39º Batalhão de Infantaria.

Percorre neste momento as ruas desta cidade um bando precatório em favor das vítimas de Canudos.

Bahia, 15 de agosto (13h55m)

Nada de novo ainda sobre a situação, que é a mesma.

A concentração de forças continua seguindo para Queimadas, Monte Santo e Canudos.

— Espera-se hoje o batalhão do Pará.

— Chegou hoje o 28º Batalhão de Infantaria.

— O Marechal Bittencourt, Ministro da Guerra, seguirá brevemente para o sertão.

— É sempre crescente o movimento generoso da população baiana. Foram inúmeras e valiosas as dádivas recebidas pelo bando precatório que percorreu ontem as ruas da cidade, auxiliando o comitê patriótico.

— Chegam ainda feridos que são carinhosamente acolhidos.

— Dentro de dez dias estará fechado o cerco de Canudos. Os jagunços render-se-ão sem mais perdas de vidas nas forças legais.

Está já organizado o serviço de comboios e defesa permanente das estradas que são garantidas por pontos estratégicos guarnecidos.

A vitória é infalível e próxima.

Bahia, 16 de agosto (14h)

A demora do sr. ministro da Guerra nesta capital, é explicada pela numerosas providências exigidas pelo preparo e mobilização das forças.

É possível avaliar o trabalho enorme de preparar os batalhões que chegam carecendo de tudo e muitos com as armas inutilizadas.

O estabelecimento de comboios permanentes entre Queimadas, Monte Santo e Canudos, foi feito depois de grande esforços.

A entrada constante de feridos, cujo número cresce extraordinariamente, exige também providências urgentes para localizá-los, vesti-los e tratá-los.

Todos os hospitais estão cheios, inclusive as enfermarias da Escola de Medicina.

Agora trata-se da criação de novas enfermarias nos conventos.

O mosteiro de S. Bento está repleto; tem mais de duzentos feridos.

A população continua a auxiliar o governo no tratamento dos feridos.

— Desembarcou hoje o batalhão patriótico do Pará.

— Espera-se apenas agora o 4º batalhão de infantaria.

— Pelo número de feridos que chegam e pelas informações vindas do teatro da guerra, verifica-se que a luta foi mais sangrenta do que se supunha.

Bahia, 16 de agosto

Corre, sem que tenha visos de verdade, que os jagunços, que se afastam de Canudos, removeram o seu campo de ação para a Serra de Caipã, lugar quase inacessível e entrincheirado.

Conjetura-se que já lá estejam Antônio Conselheiro e os principais chefes.

Esta notícia carece de confirmação É talvez mais um boato e nada mais.

Bahia, 17 de agosto (16h)

O coronel Carlos Teles, logo que estiver restabelecido, voltará a Canudos.

Declara aquele oficial que não tem outro lugar senão à frente do seu batalhão.

— A partida do coronel Savaget foi imponente.

— Continuam a chegar feridos, que agora afluem ao Mosteiro de São Bento, sempre rodeados da simpatia e respeito de toda a população.

— Foi extraordinária a recepção do batalhão do Pará.

— Continuam as notícias discordantes e os boatos desencontrados sobre a situação, afirmando uns a próxima rendição do arraial dos jagunços, garantindo outros tenaz resistência por parte dos mesmos, declarando outros, ainda, que os fanáticos estão se reunindo fora, noutros pontos.

A divergência de opiniões existe mesmo entre os que tomaram parte na luta, os quais nos afirmam, entretanto, o seu próximo termo.

É dificílimo formar uma ideia de tudo isto, quando os próprios protagonistas divergem e variam as impressões que trazem.

— Os pedidos de reformas feitos provocam comentários acerbos, mas não desanimam os valentes.

— O marechal Bittencourt, ministro da Guerra, continua em atividade notável, estando já removidas muitas dificuldades.

S. exª partirá brevemente para o sertão.

A animação é geral nas tropas que seguem.

Bahia, 18 de agosto

Os boatos que circulam, de ataques aos reforços que seguem, são falsos.

Notícias oficiais de Monte Santo dizem que tudo está bem.

O batalhão paulista partiu de Monte Santo para Canudos.

Parte amanhã o 28º batalhão de infantaria.

O batalhão vindo do Pará só seguirá no sábado por ser necessário substituir o armamento que trouxe.

Amanhã esperam-se quatro batalhões e forças do Amazonas.

Chegaram hoje mais feridos. Devem existir ainda cerca de quinhentos em Queimadas, Monte Santo e Canudos.

É preciso não dar crédito aos boatos.

Bahia, 19 de agosto

(retardado)

Chegou hoje o 4º batalhão.

Seu efetivo é de 270 praças.

Foi recebido no arsenal de marinha por autoridades civis e militares e está aquartelado no quartel da Palma.

Este batalhão é o último do exército federal que teve ordem de se incorporar à quarta expedição.

São 25 os batalhões de infantaria que formam as grandes forças ora combatentes em nossos sertões.

Além destes, temos o 5º regimento, o 5º batalhão e a 4ª bateria do 2º regimento, todos de artilharia; um esquadrão do 9º regimento de cavalaria; um contingente do batalhão de engenheiros; o 2º, o 3º, o 4º e o 5º batalhões do regimento estadual; o batalhão Moreira César; o 1º batalhão policial de São Paulo e o 1º e o 2º do Estado do Pará.

Eleva-se acerca de quatorze mil homens o efetivo das forças em operações nos sertões da Bahia.

No domingo último os jagunços atacaram Pombal, sendo repelidos pela população.

Foi morto no combate o chefe que os capitaneava.

Bahia, 19 de agosto

(retardado)

Desembarcou e desfila agora pelas ruas da cidade o 4º batalhão de infantaria.

— Seguiu para Queimadas o 28º batalhão de infantaria. Resta apenas chegar a polícia do Amazonas.

Logo depois seguirá para o sertão o sr. ministro da guerra.

— O serviço de transportes, elemento essencial nesta campanha, está organizado, facilitando a remessa pronta de víveres e munições, até hoje irregularíssimo.

Excluídos os corpos policiais vindos os corpos de linha seguem todos incompletos, entretanto as forças são suficientes e bem disciplinadas.

— Continuam a circular boatos agourentos, porém sem a menor base.

Até agora a situação não mudou.

Bahia, 20 de agosto (18h10)

(Urgente)

Um dos batalhões da brigada Girard foi atacado pelos jagunços ao atravessar o Rancho do Vigário.

Consta que dois alferes foram mortos e quatro praças foram feridos.

O ataque foi facilmente repelido sem outras consequências.

Bahia, 20 de agosto

(retardado)

O comissário de polícia de Pombal, sabendo existir nas imediações daquela localidade, grupos de jagunços foragidos de Canudos, armou a população e atacou os jagunços.

Na luta houve ferimentos de parte a parte, morrendo o chefe dos jagunços.

Os fanáticos retiraram-se para lugar mais distante.

— Deve estar agora inteiramente sitiado o arraial de Canudos.

Continuam os boatos malévolos e extravagantes, porém sem base.

Bahia, 20 de agosto

(retardado)

O encontro havido no Rancho do Vigário entre jagunços e um batalhão de retaguarda da brigada Girard, foi insignificante.

Os boatos exageram sempre os ataques que são inevitáveis e naturais.

— Partirá amanhã para o sertão o batalhão paraense que fez hoje exercício de fogo no campo da Pólvora.

O 1º batalhão desse Estado está em Monte Santo e partirá para Canudos.

Bahia, 21 de agosto (12h20)

Causa surpresa a volta inesperada da turma de estudantes de medicina que estava em Monte Santo.

— Continuam a chegar feridos em estado lamentável, andrajosos, seminus, causando dolorosa impressão.

Esperam-se ainda mais feridos.

— Organizam-se novas enfermarias. O comitê patriótico baiano é incansável nesta nobre missão em que é secundado por toda a população.

— O ataque de Pombal indica que os jagunços estão famintos e procuram os recursos que lhes falecem de todo.

No assalto à brigada Girard o tiroteio foi insignificante.

— Aguarda-se dentro de quinze dias o desenlace da luta.

— Partiremos em um dos próximos dias para Queimadas e de lá para Monte Santo.

— Os oficiais recém-vindos declaram que o estado das forças em Canudos é animador, embora estejam pouco melhoradas as condições de alimentação, ainda escassa, sendo esgotados todos os comboios que chegam.

— Continua a haver grande divergência nas opiniões acerca dos assuntos da campanha, o que dificulta um juízo seguro.

A maioria aqui acredita que está próximo o termo da luta.

Bahia, 21 de agosto

(Retardado por interrupção da linha)

Desembarcou hoje o corpo de polícia do Estado do Amazonas.

Bahia, 21 de agosto

(Retardado por interrupção da linha) (Urgente)

O coronel Carlos Teles confirmará amanhã, em carta ao Diário da Bahia, as suas declarações anteriores, afirmando o número reduzido de jagunços existentes em Canudos, que tem pouco mais de mil casas, e não quatro mil, como propalam.

Garante que a expedição Moreira César venceria se não fosse morto o bravo coronel.

Explica o grande número de mortos e feridos, pelas posições admiráveis dos inimigos.

Diz não acreditar que haja intuitos monárquicos entre os fanáticos.

Bahia, 22 de agosto (21h45)

Voltou de Monte Santo a turma de estudantes de Medicina, justificando a sua volta com o péssimo acolhimento que lhes fez o chefe do serviço sanitário, que, além de recebê-los desatenciosamente, declarou serem numerosos os estudantes em Monte Santo e pequeno o número de feridos em Canudos.

O chefe de serviço não lhes garantiu sequer alimentação.

Os moços patriotas publicarão nesse sentido, no Diário de Notícias, uma declaração justificando-se perfeitamente, em réplica tristemente esmagadora da afirmação daquele chefe de serviço sanitário, dizendo que são numerosos os feridos que chegam diariamente.

— Criou-se mais uma enfermaria no Forte de Jequitaia.

Bahia, 22 de agosto (22h10)

Eis os principais trechos da carta do coronel Teles:

Não declara que a expedição comandada pelo inditoso coronel Moreira César encontrasse somente duzentos jagunços em Canudos, pois está convencido de que existia ali naquela ocasião maior número de que os seiscentos que existiam quando chegou a quarta expedição.

As declarações feitas foram: que Canudos tem apenas pouco mais de mil casas e não quatro mil como dizem, que calcula que ao chegar a quarta expedição, o número de jagunços era de seiscentos no máximo; que eles nunca possuíram balas explosivas; que se não fosse a morte do coronel Moreira César, Canudos seria tomado em 3 de março; que o mal causado à quarta expedição foi graças às armas e munições deixadas pela expedição Moreira César e anteriores; que calcula em duzentos, no máximo, o número de jagunços existentes em Canudos depois do assalto de 18 de julho; que não há fim restaurador nem influência de pessoas estranha nesse sentido; que não há lá estrangeiro algum.

Declara mais serem fantasias as afirmações de que as armas apanhadas em Sete Lagoas se destinavam aos jagunços, assim como a carta do jornal O País e outros fatos.

Não acredita que tenham aumentado os bandos de jagunços.

Explica as numerosas baixas por estar o inimigo encoberto por trincheiras naturais, contra os soldados que lutam a peito descoberto.

Termina, textualmente: “Adulterar a verdade para encarecer Canudos, é alarmar o espírito público, e a isto não me presto.
Não vivo de reclamos, digo sempre o que se me afigura ser a verdade”.

Bahia, 23 agosto (12h30)

Os batalhões 37º e 39º chegaram a Monte Santo onde estacionarão até à concentração de todas as forças naquela praça, para seguirem depois rapidamente para Canudos.

Apenas a brigada Girard e o batalhão paulista irão antes das demais forças. Este já está a meio caminho de Canudos.

As condições do exército são muito melhores, as munições são suficientes.

Partiremos domingo próximo.

O ministro espera o general Carlos Eugênio.

O estado sanitário das forças é bom. Apenas um caso de varíola foi registrado em Canudos.

Bahia, 23 de agosto (13h05)

Chegaram hoje mais duzentos feridos.

Preparam-se novos hospitais para receber os que ainda se esperam.

Bahia, 25 de agosto (20h50)

Um cálculo rigoroso dá como 10 mil homens o máximo do total das forças em operações em Canudos.

A situação geral da campanha tem melhorado.

O sr. ministro da Guerra partirá logo após a chegada do general Carlos Eugênio.

Os boatos diminuem.

Bahia, 27 de agosto (20h05)

(Urgente)

Partiremos depois de amanhã, domingo, para Canudos.

Amanhã chegarão de Queimadas mais duzentos feridos.

Bahia, 28 de agosto (1h45)

Garanto que são absolutamente falsos os boatos de muitas deserções do batalhão paulista.

O capitão Carneiro do 15º batalhão de infantaria, afirmou-me ter encontrado aquele batalhão no dia 22 no Rosário, em boa ordem e completa disciplina, marchando com segurança e comboiando seiscentos bois.

Os soldados mostravam-se animados.

O batalhão paulista já chegou a Canudos.

Quatro ou seis desertores não podem macular a heróica força.

Bahia, 28 agosto (19h)

Os oficiais chegados do sertão encontraram no dia 22, no Rosário, o batalhão paulista completo e disciplinado, marchando em ordem para Canudos, comboiando setecentos bois.

O sr. ministro da Guerra partirá para o interior segunda-feira.

Bahia, 28 agosto (23h45)

A situação das coisas em geral é animadora.

Está sendo realizada a concentração das forças em Monte Santo.

As operações de guerra são feitas rapidamente, refluindo o exército, logo após a vitória, para a base de operações, porque é dificílimo alimentar grande número de batalhões durante muitos dias, em Canudos.

O resultado é seguro, caso não surjam imprevistos que o demorem.

As forças que estão em Canudos, em bombardeios agora com grande suprimento de munições, preparam a ação decisiva.

Entretanto continua tenaz a resistência dos fanáticos, animados de modo singular, talvez, pela recordação dos insucessos das anteriores expedições.

— O trem da brigada Girard já deve estar em Canudos.

O batalhão paulista está em Monte Santo e brevemente partirá conjuntamente com os batalhões do Pará, do Amazonas e de linha.

Aguardamos próxima vitória e termo da luta mais bárbara da nossa história.

Chegaram hoje mais duzentos feridos.

Bahia, 29 de agosto (15h50)

O sr. ministro da Guerra parte amanhã para o interior.

A situação é a mesma.

Bahia, 30 de agosto (1h)

Seguiu hoje para o interior, no trem ordinário, da uma hora da tarde, o marechal Carlos Machado Bittencourt, ministro da Guerra, acompanhado do general Carlos Eugênio, comandante da 2ª coluna, e dos respectivos estados-maiores, ocupando dois carros especiais.

Às doze horas chegou à gare um piquete de cem praças de infantaria da polícia estadual e mais trinta de cavalaria, comandadas pelo capitão Ivo, as quais constituem a guarda de pessoa do sr. ministro da Guerra.

Essa força ocupou dois vagões.

Compareceram ao embarque do sr. ministro da Guerra, o dr. Luís Viana, governador do estado, e seus secretários, autoridades federais e estaduais, representantes do comércio e muitas outras pessoas.

Na gare havia mais de 2 mil pessoas.

O sr. ministro da Guerra foi vivamente aclamado.

S. exª pernoitará em Alagoinhas.

Bahia, 30 agosto (12h10)

Do dia 2 até hoje, seguiram para Canudos nove comboios, sendo o maior com 140 cargas e o menor com oitenta.

Todos têm ido bem, menos o que seguiu guardado pela brigada Girard, que deixou as cargas no caminho e extraviou o gado em tiroteio, no Rancho do Vigário, com seis jagunços.

As cargas deixadas, porém, foram levadas pelos outros comboios.

Nenhuma foi tomada.

O pessoal encarregado do referido comboio não era do exército e sim um outro improvisado na ocasião.

Estão ainda em caminho dois comboios, próximo de Jueté, os quais chegarão em breve.

Ontem seguiu de Monte Santo para reforçá-los o 37º batalhão de infantaria, com vinte praças montadas.

Em Canudos o exército está na mesma posição.

Tudo vai bem.

O sr. ministro da Guerra parte hoje.

Alagoinhas, 30 de agosto

(expedido às 18h20 e recebido às 2h25)

O marechal Carlos Machado Bittencourt, ministro da Guerra, e o general Carlos Eugênio, acompanhados dos respectivos estados-maiores, chegaram a esta cidade, tendo feito viagem sem incidente.

Amanhã cedo devem seguir para Queimadas.

Queimadas, 31 agosto (23h20)

O marechal Machado Bittencourt, ministro da Guerra, e sua comitiva chegaram hoje a esta localidade.

Brevemente partirão para Monte Santo.

Partiram hoje daqui, em boa ordem, os batalhões policiais do Pará e do Amazonas.

Queimadas, 1º setembro (22h20)

O marechal Carlos Machado Bittencourt, ministro da Guerra, permanece aqui por dois ou três dias apenas e seguirá logo para Monte Santo.

Hoje far-se-á experiência do morteiro Canet.

Existem aqui alguns variolosos convenientemente isolados.

A única força aqui existente, além dos contingentes que guarnecem os canhões e da Cavalaria, é constituída por cem praças de polícia da Bahia, formando a guarda do Ministro. A situação continua boa.

Queimadas, 2 de setembro (11h45)

Já seguiram de Monte Santo para Canudos o 37º e o 39º batalhão de infantaria.

Lá estão o 4º e o 28º de infantaria.

Chegarão depois de amanhã os batalhões policiais do Pará e do Amazonas.

O marechal Bittencourt, ministro da Guerra, e sua comitiva, partem amanhã, 3 de setembro, pela manhã.

O serviço de condução de comboios e munições é muito difícil e foi organizado à custa de grandes esforços.

O chefe de segurança da Bahia tem sido incansável tomando todas as providências.

Existem ainda muitas cargas que devem seguir brevemente.

Queimadas, 2 de setembro (expedido às 15h20 e recebido às 2h15 da madrugada)

As tropas continuam nas mesmas posições em Canudos.

De dois em dois dias, os jagunços atacam as nossas forças, sendo repelidos pela artilharia estacionada dentro do arraial.

— Têm-se distinguido os batalhões 12º, 25º, 30º e 31º de infantaria.

— O batalhão paulista foi atacado na estrada a uma légua e meia de Canudos.

Repeliu o inimigo sem perder uma única praça.

Foi recebido com entusiasmo pelas forças em operações.

— Não há epidemia em Canudos, onde o estado sanitário continua a ser bom.

— Confirma-se a notícia de que Antônio Conselheiro foi coagido a continuar a luta por Antônio Vila-Nova.

— Têm-se entregado alguns jagunços. Devem chegar aqui, hoje, quatro jagunços prisioneiros.

— O sr. ministro da Guerra parte amanhã para Monte Santo.

Queimadas, 3 de setembro (14h50)

A partida do sr. ministro da Guerra foi transferida para amanhã, sábado.

Acabam de chegar nove prisioneiros e seis crianças.

Vêm num estado lastimável e algumas feridas, embora sem gravidade.

Devemos chegar no domingo, à noite, ou segunda-feira, pela manhã, a Monte Santo.

Monte Santo, 6 setembro (20h30)

(Urgente)

Chegamos hoje bem a esta cidade.

Encontramos os batalhões 4º, 29º, 38º e 39º e os batalhões de polícia do Pará e do Amazonas, que seguirão brevemente para Canudos.

A artilharia Canet chegará amanhã ou depois.

Monte Santo, 8 setembro (16h35)

O general Carlos Eugênio assumiu hoje o comando da divisão auxiliar das forças que operam em Canudos, compostas de duas brigadas, sendo a primeira com os batalhões 4º, 28º, 37º e 39º, sob o comando do coronel César Sampaio, e a segunda dos batalhões policiais do Amazonas, o 4o da Bahia e o 1º e o 2º do Pará.

Declara em sua ordem do dia o ilustre general, achar-se à frente das forças que seguem compenetradas dos seus deveres ao encontro dos camaradas que se batem galhardamente para extirpar a horda de fanáticos divorciados da lei e da razão.

Termina dizendo que tenham confiança no valor, no patriotismo, na bravura e na dedicação do general em chefe, porque ele desafrontará a República ou morrerá por ela.

— Em virtude de determinação do marechal Bittencourt, ministro da Guerra, foi por portaria incluído na 1ª brigada o pessoal que acompanha a artilharia Canet.

— A data da nossa emancipação política foi entusiásticamente festejada pelas tropas aqui existentes.

Monte Santo, 9 de setembro (13h20)

Acabam de chegar sem novidade o morteiro e o obus Canet.

À tarde o general Carlos Eugênio passará revista às forças sob o seu comando.

Tudo vai bem.

Monte Santo, 12 de setembro

(A Campos Sales, presidente do Estado de São Paulo)

A nossa Artilharia, no dia 5 do corrente, derrubou as torres da igreja nova de Canudos.

As forças legais tomaram aos jagunços, no dia 7, a grande trincheira que protegia a estrada de Cambaio e da Fazenda Velha.

Animação geral.

Saúdo o eminente chefe republicano.

Monte Santo, 22 setembro

(Retardado)

Cheguei bem. O estado moral das forças sitiantes é o melhor possível.

Tudo indica o próximo e feliz desenlace da luta, apesar da tenacidade verdadeiramente extraordinária dos jagunços, que diariamente tiroteiam com as nossas forças, combatem ou investem as linhas com audácia imensa.

Escreverei brevemente sobre a situação e procurarei definir a feição predominante da campanha, não exposta ainda claramente.

Depois de tomadas as posições importantes de Cambaio e de Favela e depois da queda das torres da igreja nova, melhorou a situação das forças sitiantes, estando o inimigo visivelmente enfraquecido.

Noto entre as nossas forças disciplina notável e confiança inteira no general Artur Oscar, comandante-em-chefe.

Dos novos pontos ocupados observa-se bem o arraial de Canudos.

Posso afirmar, sem temer contestação séria, que o arraial tem mais de 2 mil casas porque além da zona que se observa de Favela, há muitos outros pontos povoados.

Monte Santo, 23 setembro

Nada de novo.

Continua a resistência tenaz do inimigo e a crescente animação entre os nossos soldados.

Sabe-se com segurança que diversos grupos têm abandonado o arraial seguindo pela estrada de Uauá e Cocorobó.

Foram tomadas providências para lhes cortar a retirada.

O estado sanitário das tropas é magnífico.

Depois da tomada das posições avançadas da Favela e do Cambaio, o cerco de Canudos tornou-se mais firme, restando aos jagunços unicamente a estrada de Uauá, que será em breve trancada.

Acredito que dentro de quinze dias estará terminada a campanha.

Monte Santo, 24 de setembro

Continuam os tiroteios diários entre as nossas forças e os jagunços.

Às três horas da madrugada houve um ataque violento às nossas trincheiras, sendo, como sempre, repelidos os jagunços.

Foram feridos o sargento-ajudante e uma praça do batalhão paulista.

Está perfeitamente regularizado o serviço de comboios que chegam diariamente pela nova estrada de Calumbi.

Tenho percorrido toda a região e procurado observar bem o grande arraial de Canudos, que, torno a afirmar, tem mais de 2 mil casas.

Ocupa vasta extensão e tem muitas casas cobertas de telhas. Apresenta o aspecto exato de uma grande cidade, dividida em cinco bairros, de um dos quais, o menor, temos em nosso poder uma quinta parte.

Escreverei de Monte Santo, para onde regressarei por causa da saúde e do termo da licença.

Monte Santo, 25 de setembro

Ontem, à uma hora da tarde, uma granada do canhão 7.5, atirada da Fazenda Velha, incendiou diversas casas do arraial de Canudos.

Hoje pela manhã, distraído o inimigo por violento tiroteio nosso, foi ocupada importante posição, dilatando-se o flanco direito da linha de cerco que assim está quase fechado, prestes a se unir ao flanco esquerdo.

A bateria Sete de Setembro foi artilhada. É uma nova posição importante.

Todo esse movimento, que tem sido coroado do melhor resultado, foi realizado em menos de duas horas, havendo poucas baixas.

O incêndio de ontem à noite, prolongou-se por mais de uma hora, devendo ter causado grandes estragos.

Os jagunços têm replicado aos nossos tiroteios em diferentes pontos da linha.

A nova posição foi conquistada pelas forças dirigidas pelo tenente-coronel Siqueira de Menezes, engenheiro militar, e estão ocupadas pelo 22º de linha e pela polícia do Amazonas.

Monte Santo, 25 de setembro

Continua a tenaz resistência dos jagunços ao sítio de Canudos.

Ontem foram queimadas cerca de cinquenta casas.

As posições conquistadas são vantajosamente sustentadas, apertando-se cada vez mais o sítio, que se pode considerar completo.

Os tiroteios persistentes continuam tendo abrandado apenas esta noite.

A Artilharia bombardeia compassadamente.

É certo o próximo desenlace da luta.

O estado sanitário das forças continua bom.

Monte Santo, 25 de setembro

(Urgente)

Está completo o sítio de Canudos.

Viva a República!

Monte Santo, 29 de setembro

O sítio estreita-se rapidamente em torno de Canudos, que cairá em menos de três dias inevitavelmente, em poder das forças legais.

Os prisioneiros são em grande número.

Os jagunços estão reduzidos à igreja e ao santuário.

As tropas legais estão de posse de todas as casas.

As nossas baixas são relativamente pequenas.

Monte Santo, 29 de setembro

(A Campos Sales, presidente do Estado de São Paulo)

Dentro de poucas horas Canudos estará em poder das tropas republicanas.

Os fanáticos estão todos concentrados no santuário da igreja nova.

Viva a República!

Monte Santo, 30 setembro

Os jagunços estão acoutados no último reduto, a igreja nova.

Fizeram dezoito tentativas para tirar água no rio Vaza-Barris, sendo repelidos sempre.

Toda a noite há fuzilaria forte.

Calcula-se em cerca de 150 o número de mortos nos últimos dias, além de cinqüenta prisioneiros.

As baixas nossas são relativamente pequenas.

Não durará três dias a luta.

Continua o incêndio lavrando em diversos pontos da cidade.

Cercam a igreja os batalhões 34º, 38º, 24º, 37º, 25º e os de polícia do Amazonas e do Pará.

Foi ferido, sem gravidade, o major-fiscal José Pedro da Silva, do batalhão paulista.

Aguardamos nestes dois dias o termo da luta.

Acaba de chegar o general Carlos Eugênio com as forças sob seu comando.

Monte Santo, 30 de setembro

Do meio-dia à uma hora da tarde, continuou o bombardeio do arraial de Canudos, caindo toda a frente da igreja nova.

Os jagunços, porém, resistem com heroísmo digno de melhor causa.

Tentam inutilmente conseguir água e, sendo repelidos, atiram em todas as direções sobre as linhas do cerco e do acampamento.

Aguardamos a rendição inevitável.

As tropas estão cada vez mais animadas.

Monte Santo, 2 outubro

Os fanáticos de Antônio Conselheiro acham-se concentrados em Santa Maria, mas não resistirão por muito tempo.

A nossa vitória está próxima.

Monte Santo, 3 de outubro

Os generais Artur Oscar e Carlos Eugênio, acompanhados dos seus respectivos estados-maiores, percorreram as linhas dentro de Canudos.

O arraial patenteia um espetáculo desolador. Está em grande parte arruinado pelo bombardeio e pelos incêndios.

Os jagunços resistem ainda nos últimos redutos.

Está na trincheira dentro de Canudos, em frente à igreja nova, a ala direita do batalhão paulista.

Encontram-se nos becos do arraial, que está quase arruinado, corpos carbonizados de inimigos mortos nos últimos tiroteios e ataques.

Monte Santo, 3 de outubro

Continua a resistência do inimigo, que, apertado na igreja nova, não resistia há muito.

Cálculo seguro indica mais de duzentos mortos nos tiroteios dos dois últimos dias. As nossas baixas são relativamente pequenas.

Continua o incêndio no arraial de Canudos.

O batalhão paulista tem acompanhado brilhantemente os esforços heróicos do exército.

A vitória é infalível.

A República é imortal!

Monte Santo, 7 de outubro

(Urgente)

Ontem, após forte bombardeio, a 3ª brigada e a 6ª tomaram novas posições ao inimigo, sendo conquistada a igreja nova, na qual, entre as aclamações de todo o exército, foi hasteada a bandeira da República.

Está muitíssimo reduzida a área em poder do inimigo.

Este cederá brevemente, pois já perdeu todos os recursos.

As nossas forças tiveram algumas baixas. O número de jagunços mortos, que pôde ser contado, sobe a mais de duzentos.

Lavra no arraial intenso incêndio ateado pela explosão de bombas de dinamite, sendo inteiramente queimada a latada anexa à igreja nova, o último baluarte dos fanáticos.

Não existiam minas nesta última e sim grandes trincheiras tomadas à baioneta.

Foram lançadas oitenta bombas de dinamite em Canudos.

A animação é geral entre os nossos soldados.

Monte Santo, 7 de outubro

Depois de tenaz resistência, caiu em poder das forças republicanas, ontem, 6 [sic] de outubro, o arraial de Canudos.

Bahia, 14 de outubro (17h10)

Envio na íntegra o plano do assalto de Canudos, organizado pelo comandante-em-chefe:

“Amanhã (dia 1º de outubro), desde às seis horas, toda a força estará de prontidão, em forma oculta, nos abrigos já existentes.

Às seis horas a Artilharia romperá fogo, só terminando com o toque do comando-em-chefe — “infantaria avançar!”

Durante a noite os batalhões 4º e 39º irão se reunir ao 29º, que com a 3ª brigada partirá para a Fazenda Velha, colocando-se à retaguarda os 32º e 37º batalhões.

O 9º, o 22º e o 34º renderão a 3ª brigada.

Durante o assalto, as forças que estiverem nas linhas, guardarão o maior silêncio Cada batalhão terá uma companhia pronta para proteger os pontos precisos.

Terminado o assalto retirar-se-ão todos às ordens do comando-em-chefe. Ao toque do comando-em-chefe — “infantaria avançar” — a 3ª e a 6ª brigadas dirigir-se-ão em marche-marche para as posições inimigas, que procurarão conquistar a baioneta, fazendo o assalto pelos flancos e retaguarda da igreja nova, salvo se conveniência de ocasião aconselhar outra tática ao critério dos comandantes daquelas brigadas. Caso haja necessidade do emprego de fogos, só se fará em último caso, somente pelas forças assaltantes, cumprindo ter o maior cuidado em fazê-lo sempre na direção Norte-Sul, a fim de não ofender os companheiros.

Ao toque do comando-em-chefe — infantaria avançar — os batalhões 26º e 5º da Bahia e a ala direita do batalhão de São Paulo dirigir-se-ão pelo Vasa Barris para tomar a posição junto da margem esquerda, abrigadas pelo barranco do mesmo rio, de modo que o extremo esquerdo do 26º toque a trincheira do 15º e a ala direita do batalhão de São Paulo.

Durante a noite, o 1º e o 2º batalhões do Pará tomarão posição à retaguarda da ala direita do de São Paulo, do 5o da Bahia e do 26º, de modo que saindo esses de seus lugares sejam logo substituídos por aqueles.

Ao toque de — “avançar” — todo o exército avançará à baioneta e ninguém fará fogo sem ordem expressa do oficial que comandar. Desde que a vitória se tenha manifestado, os comandantes mandarão tocar alvorada e todas as bandas, cornetas e clarins repetirão o toque e as músicas o hino nacional, mas ninguém abandonará as posições.”

Como citar
CUNHA, Euclides da. Telegramas. In: EUCLIDESITE. Obras de Euclides da Cunha. Diário de uma expedição. Disponível em: https://euclidesite.com.br/obras-de-euclides/diario-de-uma-expedicao. Acesso em: [data]. Texto-base: CUNHA, Euclides da. Diário de uma expedição. org., rev. e notas de Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Reprodução permitida para fins educacionais e desde que citada a fonte.