Artista barroco

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Havia de fato em Euclides da Cunha a magia do artista barroco. Ele via a realidade, às vezes, como se estivesse possuído, dominado por ela. E os seus poderes de mágico engrandeciam a realidade, transformavam as coisas do seu jeito, faziam vinho da água; realizavam o milagre.

José Lins do Rego, Gordos e magros

“Os Sertões” por Monteiro Lobato

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…estudou Euclides da Cunha um dos dramas de nossa crueldade. Os outros, que o temos em número maior do que se supõe, jazem em branco, à espera de novos Euclides, suficientemente artistas para fixá-los em obra de verdade e arte. No geral esses dramas permanecem ignorados do país. (…) Canudos teve a sorte de topar em seu caminho um a serviço de uma consciência. Não fora isso, e o drama lá estaria hoje reduzido à mentiralha de encomenda dum relatório tendencioso, apologético para o vencedor, capaz de meter na história, como heróis, a gente que Euclides atou ao pelourinho. (…) O meio de neutralizá-lo é um só: contrapor-lhes Euclides. Infelizmente os Euclides são raros, e centenas de dramas se desenrolam antes que surja um.

Monteiro Lobato, 1920