Favela

Cnidoscolus Phyllacanthus
Flores de Cnidoscolus phyllacanthus. Foto: João Medeiros

As favelas, anônimas ainda na ciência — ignoradas dos sábios, conhecidas demais pelos tabaréus – talvez um futuro gênero cauterium das leguminosas, têm, nas folhas de células alongadas em vilosidades, notáveis aprestos de condensação, absorção e defesa.

Euclides da Cunha, Os Sertões, A Terra, IV. A pequena cidade de Canudos ou Belo Monte (Bahia) foi construída junto a alguns morros, um desses era o Morro da Favela, batizado assim em razão de um tipo de planta predominante na região, a Cnidoscolus quercifolius (chamada popularmente de favela). Segundo Ataliba Nogueira, em António Conselheiro e Canudos, p. 211, a favela foi empregada no curtume e deu nome ao “Morro da Favela”.

Xiquexique

xiquexique
“Cactus peruvianus”. Foto: Xiquexique em Caicó, HighJay

Os xiquexiques (cactus peruvianus) são uma variante de proporções inferiores, fracionando-se em ramos fervilhantes de espinhos, recurvos e rasteiros, recamados de flores alvíssimas. Procuram os lugares ásperos e ardentes. São os vegetais clássicos dos areais queimosos. Aprazem-se no leito abrasante das lajens graníticas feridas pelos sóis.

Euclides da Cunha, Os Sertões, A Terra, IV.

Umbuzeiro

umbuzeiro
Spondias tuberosa Arr. Cam. Árvore do Umbuzeiro bem verde com céu azul ao fundo. É também conhecida como umbu, umbuzeiro, ambu, giqui, imbu, imbuzeiro, ombuzeiro ou tapereba. Foto: Vinicius Lubambo

É a árvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápidas horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros (…).
Alimenta-o e mitiga-lhe a sede. Abre-lhe o seio acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entrelaçados parecem de propósito feitos para a armação das redes bamboantes. E ao chegarem os tempos felizes dá-lhe os frutos de sabor esquisito para o preparo da umbuzada tradicional.

Euclides da Cunha, Os Sertões, A Terra, IV, [O umbuzeiro]