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Em 2001, o flautista e regente assistente da Sinfônica da PM mineira, João Jorge Soares, aluno do curso superior de Regência da UFMG, num trabalho de arqueologia musical, reconstituiu boa parte dos pentagramas no tom original, além de ter resgatados partituras em poder de participantes da primeira encenação ou de seus parentes. E nos dias 05 e 06 de agosto de 2002, encenou pela segunda vez a ópera, no teatro do Palácio das Artes de Belo Horizonte. O libreto da ópera de Jouteux foi publicado pela Imprensa Oficial de Minas, em janeiro de 1953, com tradução de Celso Brant. Eis um resumo do enredo: Cília, mulher de Antônio, é bela e pura. A mãe de Antônio tem ciúme doentio da nora. Cília pede ao cunhado, Patrício, que a leve a Antônio, em viagem há longo tempo. A mãe os flagra e acusa Cília de adultério. Chama secretamente Antônio e diz-lhe que o irmão vai fugir com a mulher. De tocaia, Antônio vê os dois partindo à noite, confirmando, assim, a denúncia da mãe. Pensa em assassiná-los, mas cumprindo a promessa à mãe, deixa-os partir. Desesperado, ouve um chamamento místico: “Céus! Que vozes são essas, que me chamam ao longe, como se fossem preces? – Sim, sim, eu vos ouço, ó vós, os Deserdados, Mendigos, Atormentados, e vós, os Perseguidos”. Abandona tudo, torna-se um peregrino. Corta para o arraial de Canudos. Antônio já é o Conselheiro, o Filho do Homem. Um dia, Cília junta-se aos fiéis, passando a viver no arraial, sem saber que o pregador é o seu marido. Antônio, entretanto, a reconhece, mas disfarça. Vila Nova, lugar-tenente do Conselheiro, cai de amores por ela, que o repele, pois ainda ama o marido. Vila Nova chega a discutir com o Conselheiro por causa da mulher e ameaça duelar com João Abade, que toma as dores do Filho do Homem. Depois do cerco e destruição de Canudos, Vila Nova, sobrevivente com Cília, insiste para que ela o aceite. Nesse instante, o Conselheiro como que ressuscita, erguendo-se ferido dos escombros, e declara-se à mulher. Vila Nova foge espavorido. Cília está transida de felicidade. Os soldados federais avançam, aos gritos de “Vitória!”. Depois de reconciliar-se com a mulher, o Conselheiro, enfraquecido pelos ferimentos, cai finalmente morto. Os soldados se aproximam. Cília solta um fundo lamento (“Não tereis a glória de prender-nos vivos; porque morrer é mais doce, mais nobre, para a Memória dos valentes Jagunços, que sobreviver, algemados, à queda de Canudos!”), saca de um punhal e se mata, tombando ao lado do marido. Cai o pano.
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TOCANTINS, Leandro. Euclides da Cunha e o paraíso perdido: tentativa de interpretação de uma presença singular na Amazônia e consequentemente a evolução de um pensamento sobre a paisagem étnico-cultural, histórica e social brasileira, alargando-se nos horizontes da história transcontinental. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. Ainda é a melhor descrição e estudo crítico da viagem de Euclides às cabeceiras do rio Purus. Clássico do euclidianismo.
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VENTURA, Roberto. Estilo tropical: história cultural e polêmicas literárias no Brasil, 1870-1914. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. 207p. il. Não é especificamente sobre Euclides da Cunha, mas trabalha a temática euclidiana e de sua época. Obra essencial para entender o contexto literário e intelectual de Euclides da Cunha.
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