1866
Euclides Rodrigues da Cunha (note: sem o antenome Pimenta) nasceu a 20 de janeiro na Fazenda Saudade, Santa Rita do Rio Negro, Cantagalo, Rio de Janeiro (Brasil), permanecendo lá até completar 3 anos de idade. Eram seus avós maternos: Carolina Florentina Mendes e Joaquim Alves Moreira; avós paternos: Teresa Maria de Jesus Viana e Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha.
1867
Antônio Conselheiro torna-se viajante.
1868
Nasce, em 9 de agosto, Adélia Pimenta da Cunha, irmã de Euclides.
1869
Falece de tuberculose Eudóxia Moreira da Cunha, mãe de Euclides (3 anos).
Órfão de mãe, Euclides passa a ser criado pela tia Rosinda Gouveia em Teresópolis, Rio de Janeiro.
1870
Euclides e Adélia vivem com sua tia Rosinda Gouveia em Teresópolis.
1871
Após a morte de tia Rosinda, Euclides parte com seu pai para São Fidélis, passando a viver com a tia Laura Moreira Garcês na Fazenda São Joaquim, São Fidélis (Rio de Janeiro). É um dos períodos mais livres e felizes de sua vida.
Euclides permanece lá até 1874, quando completa 9 anos de idade.
1872
Euclides da Cunha aos sete anos na Fazenda São Joaquim.
Nascimento de Anna Emília Ribeiro, a Saninha, futura esposa de Euclides, filha do militar Frederico de Solon Sampaio Ribeiro e Túlia Ribeiro, em Jaguarão, Rio Grande do Sul (18 jun.).
1873
Euclides aos 8 anos.
1874
Euclides aos 9 anos.
1875
Em São Fidélis (RJ), aos 10 anos de idade, Euclides é enviado para a cidade e inicia os primeiros estudos no Colégio Caldeira (com o professor Francisco José Caldeira da Silva, atual Colégio Fidelense). Ele permanece lá até 1879, quando completa 14 anos de idade.
1876
Continuam os estudos no Colégio Caldeira.
1877
Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha, pai de Euclides, vai para o Rio de Janeiro. Euclides fica com seu tio, Antônio Pimenta da Cunha.
1878
Euclides continua seus estudos no Colégio Bahia.
1879
Euclides completa seus estudos primários no Colégio Caldeira.
1880
Euclides inicia o Curso Secundário. Frequenta os Colégios Anglo-Americano, Vitório da Costa e Menezes Dória.
1881
Euclides presta exame de Inglês e Aritmética.
1882
Euclides presta exame de Geometria.
1883
No exame de Latim, Euclides é reprovado em primeira época.
Aos 18 anos de idade, é matriculado no Colégio Aquino, onde faz exames de Geografia, Francês, Retórica e História.
1884
Euclides publica no Colégio Aquino os primeiros artigos no jornal O Democrata, fundado por ele e seus colegas.
1885
Aos 20 anos de idade, Euclides presta exames na escola Politécnica do Rio de Janeiro e é admitido.
1886
Em 20 de fevereiro, aos 21 anos de idade, assenta praça na Escola Militar da Praia Vermelha, sendo aluno de Benjamin Constant, conhecido positivista.
1887
Euclides colabora na Revista da Família Acadêmica.
1888
Episódio do sabre ou baioneta (4 nov.). Em visita às tropas, o conselheiro Tomás Coelho e o Senador Silveira Martins chocaram-se com um cadete indisciplinado de 23 anos que tentava quebrar a lâmina do sabre e, provavelmente, protestava contra o regime monárquico diante suas presenças. Euclides é levado ao médico e interrogado. O episódio causa polêmica na imprensa. O Imperador decide trancar a matrícula de Euclides.
Euclides colabora, com a série “A Pátria e a Dinastia”, no jornal A Província de São Paulo.
1889
Euclides presta exames na Escola Politécnica e é aprovado.
Encerrando sua colaboração n’ A Província de São Paulo em 22 de maio, escreve para a Gazeta de Notícias.
No dia 15 de novembro irrompe o movimento da Proclamação da República.
Euclides é readmitido na Escola da Praia Vermelha como alferes-aluno.
1890
Aos 25 anos de idade, Euclides matricula-se na Escola Superior de Guerra, atingindo o posto de segundo-tenente de Artilharia em abril.
Euclides casa-se no civil e no religioso com Ana Emília Solon Ribeiro, a “Saninha”, filha do então major republicano Frederico Sólon Ribeiro, em 10 de setembro.
A Assembléia Constituinte inicia seu trabalho. Decreto cria a política financeira do “Encilhamento”.
1891
Nascimento de Eudóxia (3 de junho), filha primogênita de Anna e Euclides da Cunha.
Euclides completa o curso da Escola Superior de Guerra.
Insurreição republicana no Porto e em Lisboa (31 jan.)
É promulgada a Constituição. Com a renúncia de Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto assume a presidência (23 nov.)
Morre Benjamin Constant.
Falecimento de Eudóxia em 13 de dezembro, aos seis meses de idade, vítima de varíola confluente. Foi sepultada no cemitério São Francisco Xavier (Cemitério do Caju, RJ).
1892
Bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais, Euclides é promovido em 9 de janeiro a primeiro-tenente de Artilharia e designado para coadjuvante de ensino teórico na Escola Militar.
Podendo pedir a Floriano Peixoto um cargo em qualquer esfera do governo, Euclides decide o que a lei designa para os recém-formados: estágio na Estrada de Ferro Central do Brasil.
Em 11 de novembro, nasce Solon Ribeiro da Cunha, filho de Anna Emília Ribeiro da Cunha e Euclides da Cunha.
1893
É designado para servir na Estrada de Ferro Central do Brasil como engenheiro praticante.
Irrompe a Revolta da Armada (6 set.). Euclides é transferido para a Diretoria de Obras Militares e dirige as obras de fortificações das trincheiras da Saúde.
1894
Incidente do jornal O Tempo. Respondendo ao senador cearense João Cordeiro, que desejava penas severas aos adversários políticos, Euclides escreve duas cartas para a Gazeta de Notícias, em que defende o Estado democrático e a não violência.
Euclides janeiro é designado para servir em Campanha, Minas Gerais.
1895
Euclides é visto com desconfiança pelos legalistas. Por isso, é “exilado” para Campanha, Minas Gerais, onde constrói e inaugura a estrada de ferro. Viaja pelo interior de São Paulo como Superintendente de Obras Públicas do Estado, cargo exercido até 1903.
Nasce Euclides Ribeiro da Cunha Filho, seu segundo filho de Euclides com “Saninha”.
1896
Em 13 de julho, Euclides é reformado do Exército e nomeado engenheiro-ajudante de 1ª classe da Superintendência de Obras Públicas de São Paulo. Primeira expedição contra Canudos (novembro), com cem soldados, comandada pelo Ten. Pires Ferreira.
1897
Euclides escreve dois artigos sob o título A nossa Vendéia, comparando os combatentes do Guerra de Canudos (conselheiristas) aos revoltosos da Vendéia.
Júlio de Mesquita, do jornal O Estado de S. Paulo, convida-o para acompanhar a campanha de Canudos como correspondente. Nomeado adido ao Estado-Maior do Ministério da Guerra, Euclides segue para Canudos, chegando em 16 de setembro.
1898
Euclides começa a elaborar e publicar Os Sertões no artigo “Excerto de um livro inédito”.
Euclides continua a trabalhar como engenheiro em São Paulo.
1899
Euclides começa a reconstrução da ponte de São José do Rio Pardo, onde escreve a maior parte de Os Sertões.
1900
Euclides termina Os Sertões em maio e a ponte sobre o rio Pardo.
1901
Euclides muda-se para São Carlos (interior de São Paulo).
Nasce, em São José do Rio Pardo, Manuel Afonso Albertina, o terceiro filho de Euclides. Manuel Afonso seria o único a deixar descendentes.
1902
Euclides muda-se com a família para Lorena, onde continua trabalhando como engenheiro (jan.).
Aos 37 anos de idade, Euclides publica Os Sertões pela Laemmert & Cia (dez.).
1903
Em dois meses, esgota-se a primeira edição de Os Sertões (fev.). Em julho, publica a segunda edição.
Falece Valentim Magalhães no Rio de Janeiro, com 44 anos (17 maio).
Euclides é eleito para a Academia Brasileira de Letras na vaga de Valentim Magalhães (21 set. ) e toma posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (20 nov.).
Ele pede demissão da Superintendência de Obras Públicas de São Paulo.
1904
Euclides é nomeado chefe de seção da Comissão de Saneamento de Santos. Percorre Santos e Guarujá. Ele pede demissão do cargo.
Por conta de dificuldades financeiras, Euclides da Cunha transfere para a Laemmert os direitos de Os Sertões.
Por intermédio de amigos, Euclides, aos 40 anos de idade, é nomeado Chefe da Comissão de Reconhecimento do Alto Purus para auxiliar no litígio de fronteira entre o Brasil e o Peru.
1905
Euclides parte de Manaus em 5 de abril. Após a aventura nas cabeceiras do rio Purus, ele volta a Manaus em 16 de dezembro.
Lançada pela editora Laemmert a terceira edição de Os Sertões.
1906
Euclides volta ao Rio de Janeiro como adido ao gabinete do Barão do Rio Branco e publica o Relatório da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus.
Euclides toma posse na Academia Brasileira de Letras.
Nasce Mauro, o quarto filho de Euclides (11 jul.), que vem a falecer uma semana depois de debilidade congênita.
1907
Publicação de Contrastes e confrontos, reunidos por um editor português, e do ensaio Peru versus Bolívia.
Conferência Castro Alves e seu tempo no Centro Acadêmico XI de Agosto (São Paulo) (2 dez.)
Nascimento de Luiz Ribeiro da Cunha, filho de Euclides da Cunha e Saninha, em 16 de novembro.
1908
Em novembro, incidente diplomático com o ministro das Relações Exteriores de Argentina, dr. Estanislao Zeballos, conhecido como “Caso do telegrama nº 9”.
Preparação do livro À margem da história.
1909
Euclides concorre com Farias Brito a uma cadeira de professor de Lógica no Colégio Pedro II (RJ). Por intermédio de amigos, Euclides é nomeado em julho. Dá aulas apenas de 21 de julho a 13 de agosto.
Morte trágica de Euclides em 15 de agosto, morto em troca de tiros com o amante de sua esposa, Dilermando de Assis, aos 44 anos de idade. Enterrado na Sepultura 3026 do Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro.
Em setembro, Lello & Irmão publica o livro póstumo À margem da história.
1911
Dilermando de Assis, absolvido da acusação de assassínio, se casa com a viúva de Euclides da Cunha.
1914
Solon Ribeiro da Cunha, filho mais velho de Euclides da Cunha, delegado no Acre, é assassinado durante uma diligência policial (6 de maio).
1916
Em 4 de julho, Euclides da Cunha Filho, o Quidinho, aspirante da Marinha, encontra-se com o militar Dilermando de Assis, amante da esposa de Euclides da Cunha, num cartório do Rio de Janeiro. Saca um revólver e fere Dilermando de Assis que, por sua vez, revida e mata-o.
1926
Dilermando de Assis e Anna se divorciam.
1932
Falecimento de Manoel Afonso Ribeiro da Cunha, quarto filho de Saninha e Euclides da Cunha (29 jun.), único a deixar descendentes.
1951
Em 12 de maio, falece Anna Emilia Ribeiro.